A manifestação de Ramagem veio após a Polícia Federal divulgar um relatório sobre a investigação da chamada “Abin Paralela”. Segundo a PF, servidores da ABIN teriam utilizado a ferramenta ‘First Mile’, adquirida durante a gestão de Ramagem, para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário e Legislativo, servidores da Receita Federal e até mesmo jornalistas, sem autorização judicial.
Em sua defesa, Ramagem alegou que a aquisição e uso da ferramenta foram legais, com parecer da AGU (Advocacia-Geral da União), e que sua gestão na ABIN foi a única a fazer os controles necessários, exonerando servidores e encaminhando desvios de uso para a corregedoria. Ele também negou qualquer interferência em favor de Flávio Bolsonaro enquanto era diretor da agência.
O deputado federal afirmou que as investigações da PF incluíam ilações e rasas conjecturas, e que não havia prova de monitoramento ilegal de autoridades no relatório oficial. Ramagem ainda criticou a divulgação do relatório às vésperas das eleições, sugerindo que o objetivo era prejudicar sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.
Por sua vez, o senador Flávio Bolsonaro também se pronunciou nas redes sociais, negando qualquer ligação com a ABIN e acusando a divulgação do relatório como uma tentativa de prejudicar a candidatura de Ramagem. Ele afirmou que as acusações eram infundadas, já que sua defesa se baseava em questões processuais que não envolviam a agência de inteligência.
Diante desses pronunciamentos, a polêmica envolvendo a ABIN, a PF e autoridades públicas continua a gerar controvérsias e levanta questões sobre a transparência e legalidade das operações de inteligência no Brasil.