O estado de São Paulo se destaca como o mais afetado, com 126.112 pessoas em situação de rua, sendo 80.369 apenas na capital. Esse aumento de quase 24% em relação ao ano anterior preocupa especialistas e ativistas que lidam com essa questão diariamente. Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, aponta a falta de políticas públicas como um fator crucial para o aumento do número de pessoas vivendo nas ruas.
De acordo com o estudo, os dados são baseados no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que reúne informações sobre os beneficiários de programas sociais do governo. No Rio de Janeiro, a população de rua totaliza 29.816 pessoas, com 21.023 apenas na capital. Em Brasília, a capital do país, 8.353 pessoas também se encontram em situação de vulnerabilidade.
O perfil dessa população revela que a maioria é negra (69%), do sexo masculino (85%) e está na faixa etária entre 18 e 59 anos (87%). Além disso, a maioria sobrevive com renda mensal de até R$ 109, o que demonstra a extrema pobreza em que vivem. A falta de políticas públicas voltadas para essa população é apontada como um dos principais motivos para o aumento dos registros.
Procurada para comentar o levantamento, a prefeitura de São Paulo questionou a metodologia utilizada, ressaltando a importância dos dados do Censo População em Situação de Rua realizado pela própria prefeitura. O investimento em políticas sociais para atender a população em situação de rua é destacado como fundamental para reverter esse cenário preocupante.
