Tentativa de assassinato de Trump: teorias da conspiração inundam a internet em meio a controvérsias e acusações equivocadas

Após a tentativa de assassinato de Donald Trump, as redes sociais se tornaram palco para uma enxurrada de teorias da conspiração que sugeriam desde a cumplicidade do presidente Joe Biden até a encenação do ataque. Vídeos circularam amplamente, mostrando elementos que levantavam suspeitas, como uma espectadora com uma placa escrita “Biden”, agentes de segurança segurando um Trump ensanguentado e um homem se gravando em um carro, insinuando ser o autor do ataque.

Muitos internautas, de forma errônea, tentaram identificar o agressor como um YouTuber italiano, enquanto a AFP investigava a autenticidade das imagens compartilhadas. O pesquisador Julien Giry pontuou que, diante de um incidente como esse envolvendo uma figura controversa como Trump, a proliferação de teorias conspiratórias não seria surpreendente, mas praticamente esperada.

A crença no “Estado Profundo”, difundida por grupos conspiratórios como o movimento QAnon, alimentou ainda mais as teorias, reforçando a percepção de Trump como uma figura ameaçada em uma luta contra forças ocultas. A reação de círculos centristas e democratas, que denunciaram a tentativa de assassinato como uma simulação, demonstrou a propagação da histeria em massa e a predisposição das pessoas a fantasiar sobre eventos polêmicos.

O diretor do Centro de Combate ao Ódio Online, Imran Ahmed, apontou para o aumento da violência na política americana e a utilização de teorias para desassociar a realidade dos eventos chocantes. A comparação com o assassinato de JFK em 1963 ressaltou a tendência das pessoas em enxergar conspirações por trás de eventos históricos emblemáticos.

Em um cenário marcado pela facilidade de acesso às redes sociais e pela desconfiança nas informações da mídia, as teorias da conspiração se disseminam rapidamente, influenciando o modo como as pessoas interpretam acontecimentos extraordinários. O atentado contra Trump se tornou, assim, um terreno fértil para especulações e questionamentos duvidosos, revelando a fragilidade da sociedade diante de eventos complexos e perturbadores.

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