Estudo revela que irmãos de crianças autistas têm 20% de chance de também desenvolver autismo, diz pesquisa publicada na Pediatrics.

Um estudo recente publicado na revista científica Pediatrics trouxe uma descoberta importante sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com a pesquisa, irmãos de crianças autistas têm uma chance 20% maior de também serem autistas, em comparação com bebês que não possuem irmãos autistas. Esse dado representa um percentual sete vezes maior, demonstrando uma forte ligação genética no desenvolvimento desse transtorno.

O estudo foi realizado com 1.605 bebês em 18 locais de pesquisa nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido ao longo de nove anos. Os pesquisadores acompanharam o crescimento dessas crianças desde os 6 meses de idade e realizaram avaliações para autismo aos 3 anos, utilizando uma ferramenta específica. Segundo Sally Ozonoff, professora do Departamento de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade da Califórnia em Davis, a crescente taxa de diagnóstico de autismo na comunidade em geral justifica a investigação sobre a recorrência do TEA em famílias.

Um dos pontos interessantes revelados pela pesquisa é que o sexo do primeiro filho autista pode influenciar diretamente a probabilidade de recorrência do autismo na família. Caso o primeiro filho autista seja uma menina, a possibilidade de ter outro filho com autismo é 50% maior do que se o primeiro filho autista for um menino. Além disso, o estudo mostrou que bebês do sexo masculino têm quase o dobro de probabilidade de serem diagnosticados com autismo em comparação com bebês do sexo feminino.

Outros fatores apontados pelos pesquisadores, como raça e nível de educação da mãe, também influenciam na recorrência do TEA. Em famílias não brancas, a taxa de recorrência é maior do que em famílias brancas, e o nível educacional da mãe também desempenha um papel significativo nesse cenário. Essas descobertas são fundamentais para ampliar o conhecimento sobre o autismo e direcionar políticas públicas e práticas clínicas mais eficazes para atender às necessidades das famílias afetadas por esse transtorno neurodesenvolvimental.

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