O estudo foi realizado com 1.605 bebês em 18 locais de pesquisa nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido ao longo de nove anos. Os pesquisadores acompanharam o crescimento dessas crianças desde os 6 meses de idade e realizaram avaliações para autismo aos 3 anos, utilizando uma ferramenta específica. Segundo Sally Ozonoff, professora do Departamento de Psiquiatria e Ciências Comportamentais da Universidade da Califórnia em Davis, a crescente taxa de diagnóstico de autismo na comunidade em geral justifica a investigação sobre a recorrência do TEA em famílias.
Um dos pontos interessantes revelados pela pesquisa é que o sexo do primeiro filho autista pode influenciar diretamente a probabilidade de recorrência do autismo na família. Caso o primeiro filho autista seja uma menina, a possibilidade de ter outro filho com autismo é 50% maior do que se o primeiro filho autista for um menino. Além disso, o estudo mostrou que bebês do sexo masculino têm quase o dobro de probabilidade de serem diagnosticados com autismo em comparação com bebês do sexo feminino.
Outros fatores apontados pelos pesquisadores, como raça e nível de educação da mãe, também influenciam na recorrência do TEA. Em famílias não brancas, a taxa de recorrência é maior do que em famílias brancas, e o nível educacional da mãe também desempenha um papel significativo nesse cenário. Essas descobertas são fundamentais para ampliar o conhecimento sobre o autismo e direcionar políticas públicas e práticas clínicas mais eficazes para atender às necessidades das famílias afetadas por esse transtorno neurodesenvolvimental.