ISA inicia encontro histórico para regulamentar mineração nos oceanos e eleger novo secretário-geral em Kingston, Jamaica

A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), que é um órgão ligado à ONU, deu início a um encontro de duas semanas nesta segunda-feira (15/7) em Kingston, Jamaica. Esse encontro tem como principal objetivo finalizar um esforço de uma década para estabelecer novas regulamentações para a mineração nos oceanos e promulgar um código até 2025.

Durante as próximas semanas, os países membros da ISA estarão reunidos para negociar o último rascunho das regras antecipadas de mineração do fundo do mar. Além disso, está prevista para o dia 29 de julho a eleição de um novo secretário-geral, com a cientista marinha brasileira Letícia Carvalho concorrendo contra o atual titular, Michael Lodge, um advogado do Reino Unido.

A eleição do novo secretário-geral da ISA é vista com grande expectativa, pois pode representar uma mudança significativa na liderança atual do órgão. Michael Lodge, que está no segundo mandato como secretário-geral, tem recebido críticas por sua postura considerada desdenhosa em relação à oposição ambiental à mineração em alto mar, bem como por seus laços próximos com as empresas de mineração regulamentadas pela ISA.

As licenças de mineração e as futuras regulamentações para essa atividade dependerão em grande parte de quem for eleito como o próximo secretário-geral. O novo líder terá o poder de supervisionar as funções administrativas da ISA e de negociar contratos com empresas de mineração.

Estima-se que a mineração nos oceanos pode atender até 45% de todas as necessidades críticas de metais do mundo até 2065. Os defensores dessa prática acreditam que o Tratado de Alto Mar da ONU, acordado em março do ano passado, não prejudicará os esforços de exploração, contribuindo para a proteção de até 30% dos oceanos do mundo até 2030.

A mineração de metais como cobalto, níquel, cobre e manganês do fundo do mar é vista como uma alternativa que reduz o impacto ambiental em comparação com os métodos tradicionais de produção. Com estimativas que apontam para reservas de trilhões de dólares em nódulos encontrados no fundo do oceano, empresas como a TMC são incentivadas a explorar essas áreas em busca desses recursos.

Dessa forma, o processo de regulamentação em andamento na ISA visa conciliar a exploração desses recursos marinhos com a preservação ambiental, proporcionando um debate fundamental sobre os caminhos futuros da mineração nos oceanos.

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