Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, revelou que um médico tinha anexado a radiografia de um cachorro a um certificado para obtenção da pensão por problema lombar. Adorni exibiu a placa com as vértebras do rabo do animal e declarou: “E lhe concederam uma pensão por invalidez! Podem confundir qualquer coisa, mas o que achavam que fosse o rabo do cãozinho? Esse era o nível de descontrole.”
Além desse caso, o governo denunciou um desvio de fundos que ultrapassou quase um terço dos 3,4 bilhões de dólares destinados às pensões por invalidez ao longo de 2023. Os números apontam para um crescimento exorbitante no número de beneficiários, chegando a 1,2 milhão em um país com 46 milhões de habitantes.
A Agência Nacional de Deficiência identificou que cerca de 60.000 beneficiários não preenchiam os requisitos necessários, incluindo posse de propriedades ou itens de luxo. A pensão por invalidez corresponde a aproximadamente 170 dólares, de acordo com o câmbio oficial.
Diante desses resultados, o governo convocará todos os pensionistas para uma avaliação de suas justificativas médicas e situações socioeconômicas. Este escândalo ocorre em um momento de crise econômica e social na Argentina, com aumentos significativos na inflação e medidas de ajuste fiscal aplicadas pelo presidente Javier Milei.
Defensores dos direitos das pessoas com deficiência manifestaram-se contra as medidas do governo, que afetam diretamente o setor. O cenário de demissões, atrasos nos pagamentos e fechamento de escritórios provinciais coloca em destaque a vulnerabilidade dessa parcela da população diante das políticas de austeridade implementadas.
