Segundo Julio Pedrassoli, coordenador da Equipe Urbano do MapBiomas, a quantidade de áreas verdes nas cidades brasileiras é insuficiente. Ele destaca a recomendação da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana de 15 metros quadrados por habitante, enquanto os dados apurados apontam uma média de 13m² por habitante.
A falta de vegetação nas áreas urbanas pode resultar em um aumento crescente de temperaturas locais, como pontuou Pedrassoli. Além disso, a vegetação urbana desempenha um papel fundamental no microclima, nos sistemas de drenagem, na fauna urbana e no bem-estar humano, proporcionando espaços verdes para lazer e atividades físicas.
O estudo foi realizado por meio da análise de imagens de satélites, que identificaram diversas formas de vegetação dentro das áreas urbanas, como parques, praças, unidades de conservação, cemitérios, campos esportivos e telhados verdes, entre outros. A vegetação predominante nas áreas urbanas do país é o bioma Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado, Amazônia, Caatinga, Pampa e Pantanal.
Entre os estados brasileiros, o Rio de Janeiro se destaca por ter a maior proporção de área urbana coberta por vegetação, com 39,7 mil hectares, enquanto os piores índices estão no Norte do país, com Amapá, Roraima e Rondônia apresentando os menores percentuais.
Diante desse cenário, Julio Pedrassoli ressaltou a importância de promover não apenas a preservação das áreas verdes existentes, mas também uma distribuição equânime da vegetação nas cidades brasileiras. A falta de vegetação pode dificultar a adaptação às mudanças climáticas e impactar negativamente o meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas. O MapBiomas está trabalhando em uma série temporal para acompanhar o comportamento da cobertura por vegetação nos municípios e analisar o impacto das mudanças ao longo do tempo.