USP muda método de checagem racial de cotistas aprovados na Fuvest após questionamentos e judicializações por parte de estudantes.

A Universidade de São Paulo (USP) anunciou recentemente uma mudança significativa na forma como será realizada a checagem racial dos candidatos cotistas aprovados no vestibular da Fuvest que se autodeclaram pretos e pardos. A decisão foi tomada após o método anterior ser questionado e alvo de judicialização por parte de estudantes que foram impedidos de efetuar a matrícula neste ano.

O novo formato proposto pela instituição visa promover uma análise mais uniforme e justa dos candidatos, independentemente do método de ingresso na universidade. A proposta é que os estudantes que não forem aprovados na primeira etapa de verificação fenotípica, realizada por meio da análise de fotos, sejam submetidos a uma avaliação virtual conduzida pela comissão de heteroidentificação, substituindo o encontro presencial previsto anteriormente.

Segundo a USP, essa mudança tem como objetivo garantir a equalização do processo de análise para os candidatos cotistas autodeclarados pretos e pardos, uma vez que os alunos que ingressam por outras formas de seleção, como o Enem USP e o Provão Paulista, já passam por essa segunda etapa de avaliação de forma virtual. Anteriormente, somente os inscritos na Fuvest eram submetidos à entrevista presencial.

De acordo com a universidade, a intenção é simplificar o processo e evitar possíveis questionamentos e judicializações, como os registrados no ano passado, que resultaram em matrículas canceladas e reivindicações de irregularidades por parte dos estudantes.

A decisão de regulamentar o novo método foi tomada após aprovação do Conselho de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP e tem como objetivo primordial garantir a diversidade e a inclusão na universidade. Além disso, a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lúcia Duarte Lanna, destacou que a Comissão de Heteroidentificação da USP atende às demandas dos movimentos negros e garante que as vagas sejam ocupadas por alunos pertencentes ao grupo de pretos e pardos.

Por fim, é importante ressaltar que, apesar de todas as medidas adotadas, a possibilidade de novos questionamentos e alegações de distorções não está totalmente descartada. A USP continua empenhada em aprimorar seu processo de seleção e inclusão, buscando sempre aprimorar as políticas de diversidade na instituição e dialogar com a sociedade para fazer os ajustes necessários.

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