Conflitos entre produtores rurais e grupos indígenas se intensificam no Mato Grosso do Sul e Paraná, com incêndios criminosos e cerco a comunidades.

Conflitos entre produtores rurais e grupos indígenas têm gerado tensão constante no Mato Grosso do Sul e Paraná. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a situação se agrava a cada dia, com relatos de cerco a indígenas guarani kaiowá em retomadas de áreas no Mato Grosso do Sul e incêndios criminosos contra o tekoha Tata Rendy, dos ava guarani, no oeste do Paraná. Além disso, ataques a indígenas no Rio Grande do Sul também foram registrados.

De acordo com o Cimi, os conflitos envolvendo os guarani kaiowá na região de Douradina, no Mato Grosso do Sul, têm sido intensos, com capangas armados acossando as retomadas da Terra Indígena Lagoa Rica Panambi. A presença da Força Nacional de Segurança foi necessária para conter a situação. Em Caarapó, duas áreas retomadas na Terra Indígena Dourados Amambai Peguá I foram cercadas por drones e caminhonetes.

Já no oeste do Paraná, na tekoha Tata Rendy, dos ava guarani, os indígenas também foram alvo de cerco e incêndios criminosos. O Cimi apontou que esses ataques são parte de um padrão de violência observado nas regiões afetadas.

Outro incidente ocorreu na Retomada Fág Nor, em Pontão, no Rio Grande do Sul, onde o povo kaingang foi atacado por homens encapuzados. Os indígenas foram alvejados e uma maloca foi incendiada, no que representa o terceiro ataque em uma semana.

Diante da gravidade da situação, representantes do governo federal viajaram para Mato Grosso do Sul a fim de mediar os conflitos fundiários que resultaram nos ataques contra indígenas. A Força Nacional foi autorizada a intervir para preservar a ordem e a integridade das aldeias. No entanto, o Cimi criticou a atuação da Força Nacional e apontou a falta de soluções efetivas por parte do Estado.

Nos três casos de ataques, tanto aos ava guarani, guarani kaiowá e kaingang, incêndios criminosos foram registrados após a saída dos representantes do Ministério dos Povos Indígenas e a presença da Força Nacional nas regiões. A violência persiste e a busca por soluções pacíficas ainda não se concretizou.

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