Motim na Penitenciária de Franco da Rocha: Grupo de Intervenção Rápida controla rebelião em unidade superlotada, sem reféns e danos avaliados.

Na manhã de hoje (20), detentos da Penitenciária I de Franco da Rocha, localizada na Grande São Paulo, protagonizaram um motim que gerou preocupações e intensificou debates sobre a situação precária do sistema prisional paulista. A rebelião, cujas causas ainda não foram totalmente esclarecidas, não resultou em feridos e foi rapidamente controlada pela intervenção decisiva do Grupo de Intervenção Rápida, composto por agentes penitenciários.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou que a situação na unidade foi estabilizada, sem que qualquer pessoa funcionária do presídio tenha sido feita refém. No entanto, avaliações estão sendo realizadas para determinar os danos causados nos pavilhões envolvidos no motim.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado São Paulo (Sifuspesp) emitiu uma nota que descreveu o episódio como uma “tragédia anunciada”, apontando para alertas anteriores sobre as condições precárias das unidades prisionais e a carência de pessoal, que colocam a segurança de funcionários e detentos em risco.

Os registros mostram um aumento significativo de casos de violência dentro do sistema prisional paulista, com um total de 203 agressões a policiais penais nos primeiros cinco meses de 2024, representando um aumento de 276% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O Sifuspesp também denunciou um agravamento nos casos de assassinato dentro das prisões, que quase triplicaram de 5 para 14 no intervalo mencionado.

A Penitenciária I de Franco da Rocha, com capacidade para 914 detentos, atualmente abriga 1.398 pessoas, evidenciando a superlotação que contribui para a tensão e a instabilidade no ambiente carcerário. A situação exposta pelo motim em Franco da Rocha é um reflexo da negligência e inação das autoridades responsáveis, que, segundo o sindicato, ignoraram os alertas e permitem a escalada da violência nas prisões.

Diante desse contexto de crise e descontrole, a sociedade civil clama por medidas eficazes e urgentes para aprimorar a gestão do sistema prisional e garantir a segurança de todos os envolvidos. A reabilitação e ressocialização dos detentos dependem, em grande parte, de condições adequadas e de um ambiente prisional seguro e humanizado, fundamentais para evitar tragédias como a ocorrida em Franco da Rocha.

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