Paul Watson é fundador, além da CPWF, das organizações Sea Shepherd, e ficou conhecido por suas ações diretas contra navios baleeiros em alto-mar. O Japão, um dos três últimos países a permitir a caça comercial de baleias, emitiu um mandado de prisão internacional contra o ativista, juntamente com a Noruega e a Islândia.
A prisão de Watson foi efetuada por policiais locais, que o algemaram a bordo do navio “John Paul DeJoria” e o levaram em uma van policial. Posteriormente, ele compareceu perante um juiz que ordenou sua detenção até 15 de agosto. A decisão de permitir ou não a extradição para o Japão cabe ao Ministério da Justiça dinamarquês.
A CPWF alega que a prisão de Watson está relacionada a um aviso vermelho da Interpol ligado às suas atividades na Antártica contra a caça de baleias. A organização considerou a prisão uma surpresa, visto que seus advogados garantiram que o aviso vermelho tinha sido retirado. Segundo a CPWF, o Japão manteve o aviso confidencial para facilitar a captura de Watson.
O Ministério da Justiça dinamarquês terá a responsabilidade de decidir o destino do ativista, no entanto, a situação levantou questões sobre a legalidade do mandado de prisão japonês e a possível violação dos direitos humanos. O governo japonês não se manifestou sobre o assunto até o momento, mas a Guarda Costeira japonesa foi informada da prisão.
Paul Watson estava a caminho do Pacífico Norte para confrontar um novo baleeiro japonês, o ‘Kangei Maru’, embarcação de 9.300 toneladas que começou suas operações em maio. Em 2019, o Japão saiu da Comissão Baleeira Internacional, retomando a caça comercial em suas próprias águas, prática permitida apenas por Noruega e Islândia, além de concessões a povos indígenas.