Repórter Recife – PE – Brasil

Ativista ambiental Paul Watson é detido na Groenlândia em meio a confronto com baleeiros japoneses no Pacífico Norte.

O renomado ambientalista Canadense-Americano, Paul Watson, conhecido por sua luta contra a caça de baleias e por estrelar o reality show “Whale Wars”, foi detido na Groenlândia, um território autônomo dinamarquês. A captura de Watson, de 73 anos, ocorreu durante uma parada de reabastecimento em Nuuk, capital da Groenlândia. A detenção aconteceu no domingo, quando ele se preparava para abordar um baleeiro japonês no Pacífico Norte, de acordo com a sua organização, a Captain Paul Watson Foundation (CPWF).

Paul Watson é fundador, além da CPWF, das organizações Sea Shepherd, e ficou conhecido por suas ações diretas contra navios baleeiros em alto-mar. O Japão, um dos três últimos países a permitir a caça comercial de baleias, emitiu um mandado de prisão internacional contra o ativista, juntamente com a Noruega e a Islândia.

A prisão de Watson foi efetuada por policiais locais, que o algemaram a bordo do navio “John Paul DeJoria” e o levaram em uma van policial. Posteriormente, ele compareceu perante um juiz que ordenou sua detenção até 15 de agosto. A decisão de permitir ou não a extradição para o Japão cabe ao Ministério da Justiça dinamarquês.

A CPWF alega que a prisão de Watson está relacionada a um aviso vermelho da Interpol ligado às suas atividades na Antártica contra a caça de baleias. A organização considerou a prisão uma surpresa, visto que seus advogados garantiram que o aviso vermelho tinha sido retirado. Segundo a CPWF, o Japão manteve o aviso confidencial para facilitar a captura de Watson.

O Ministério da Justiça dinamarquês terá a responsabilidade de decidir o destino do ativista, no entanto, a situação levantou questões sobre a legalidade do mandado de prisão japonês e a possível violação dos direitos humanos. O governo japonês não se manifestou sobre o assunto até o momento, mas a Guarda Costeira japonesa foi informada da prisão.

Paul Watson estava a caminho do Pacífico Norte para confrontar um novo baleeiro japonês, o ‘Kangei Maru’, embarcação de 9.300 toneladas que começou suas operações em maio. Em 2019, o Japão saiu da Comissão Baleeira Internacional, retomando a caça comercial em suas próprias águas, prática permitida apenas por Noruega e Islândia, além de concessões a povos indígenas.

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