Maduro alega que a cobertura da campanha eleitoral é manipulada pelos meios de comunicação internacionais, que, segundo ele, estão se repetindo em um filme já conhecido. O presidente afirmou que os veículos tentam antecipar um discurso de fraude, mas garantiu que não permitirá que isso aconteça. Ele ameaçou os críticos com duras consequências, afirmando que “se atravessarem o sinal vermelho, vão se arrepender por 200 anos”.
Não é a primeira vez que Maduro ataca a imprensa estrangeira, na semana passada ele os chamou de “lixo” e apontou como parte de um suposto plano da oposição para denunciar fraudes nas eleições. As acusações do presidente venezuelano geraram críticas por parte da Associação de Imprensa Estrangeira (APEX), que reprovou os ataques aos veículos de informação e pediu que a imprensa internacional não seja envolvida em acusações infundadas.
Enquanto se aproximam as eleições, a tensão política na Venezuela aumenta. Maduro enfrentará a oposição representada por Edmundo González nas urnas, em um cenário marcado por detenções de opositores e denúncias de planos para atentar contra sua vida. O governo, por sua vez, alega conspirações para derrubar o governo.
A liberdade de imprensa é um tema sensível no país, que ocupa a 156ª colocação no índice mundial de liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras. Nos últimos 20 anos, mais de 400 meios de comunicação foram fechados na Venezuela, e emissoras internacionais como a CNN en Español foram retiradas do ar. As eleições de 28 de julho serão um termômetro para medir não apenas a preferência eleitoral do povo venezuelano, mas também a relação entre o governo e a imprensa nacional e internacional.