As borboletas, tanto diurnas quanto noturnas, são consideradas insetos polinizadores essenciais, responsáveis por transportar o pólen de uma planta com flores para outra, garantindo sua reprodução. No entanto, estudos anteriores desconsideravam o papel das borboletas na polinização, muitas vezes as considerando apenas como “parasitas” em busca de néctar.
Ao voar, o corpo do inseto acumula uma carga elétrica positiva, resultado da fricção das asas com o ar. Como a maioria do pólen das flores possui carga negativa, as cargas opostas se atraem, direcionando o pólen para o abdômen do inseto polinizador. Esse pólen, então, adquire uma carga positiva durante seu transporte até outra flor, onde é atraído pelo campo elétrico negativo da flor.
Sam England mediu a carga elétrica de onze espécies de borboletas nativas de cinco continentes, utilizando um picoamperímetro. Ele descobriu que a maioria das borboletas acumula uma carga elétrica positiva, o que proporciona uma força eletrostática suficiente para levantar grãos de pólen até o abdômen do inseto. Essa polinização “sem contato” entre a flor e o inseto pode variar entre as espécies de borboletas, possivelmente devido a pressões evolutivas.
Além disso, o estudo sugere que as borboletas podem se beneficiar de diferentes níveis de carga elétrica, com algumas espécies sendo mais eficazes na polinização devido a uma carga mais alta, enquanto outras podem se camuflar eletricamente para evitar predadores. Essas descobertas revelam novos aspectos da interação entre insetos e flores, evidenciando a importância das borboletas na polinização das plantas.