De acordo com o diretor Jurídico do BNDES, Walter Baère, a instituição é obrigada a promover a execução da dívida por questões de governança e preocupação com a concessão e a prestação de um serviço de qualidade à população. Baère destacou que a dívida não é apenas com o banco, mas sim com toda a sociedade brasileira, uma vez que os recursos deveriam estar sendo direcionados para áreas que necessitam de investimentos.
O diretor também ressaltou que, após diversas tentativas de negociação com a Secretaria de Estado de Transporte e a Supervia, nenhuma solução viável foi apresentada para resolver o impasse entre a concessionária e o governo do Rio de Janeiro. Diante disso, o BNDES decidiu ingressar com a ação na Justiça para garantir o cumprimento do contrato e a continuidade dos investimentos no setor de transporte ferroviário.
Em resposta, a Supervia afirmou que vinha negociando com o BNDES, mas, devido ao cenário financeiro da empresa e à recuperação judicial, ainda não foi possível formalizar a repactuação da dívida com o banco. Já o governo do estado do Rio de Janeiro ressaltou que o contrato foi celebrado entre a Supervia e o BNDES, sem intervênção do poder público, e que a concessionária deve honrar suas obrigações previstas no acordo.
É importante ressaltar que o financiamento concedido à Supervia em 2013 resultou em melhorias significativas no sistema de transporte via trens urbanos na região metropolitana do Rio de Janeiro, mas a pandemia trouxe desafios financeiros para a empresa. O banco defende a necessidade de um novo aditivo contratual ou até mesmo uma relicitação para garantir a continuidade dos investimentos e a prestação de um serviço de qualidade à população.