Jornalistas negras na mídia: enfrentando o racismo para ocupar espaços de destaque e inspirar transformações na comunicação.

Profissionais negras do jornalismo que hoje ocupam posições destacadas na mídia enfrentaram o racismo da sociedade para chegar onde estão. Luciana Barreto, apresentadora do Repórter Brasil na TV Brasil, compartilhou suas experiências durante o debate “Mulheres Negras na Mídia: Inovação e Impacto na Comunicação Pública” no Festival Latinidades 2024, em Brasília.

Luciana revelou ter vivido diversas situações e enfrentado várias barreiras para chegar aonde está. Desde a falta de maquiagem para pele preta em emissoras até comentários discriminatórios de colegas, como quando uma amiga disse que a contratação dela era uma forma de as emissoras quererem ter uma apresentadora negra.

Além disso, Luciana falou sobre a questão da autoestima e como a televisão foi o espaço onde ela percebeu o impacto na construção de sua própria imagem. Ela destacou o quanto a falta de representatividade negra na TV afetou a autoestima de crianças nas décadas passadas.

Outra jornalista presente no debate foi Joyce Ribeiro, apresentadora do Jornal da Tarde na TV Cultura. Joyce lembrou os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira, desde comentários duros de colegas até sugestões de que ela deveria sair do trabalho. Ela destacou a importância de persistir e seguir lutando por seu espaço na mídia.

A jornalista colombiana Mabel Lorena Lara também compartilhou suas experiências na televisão de seu país, destacando como tentou esconder sua personalidade e alisar o cabelo para se encaixar em um ambiente predominantemente branco. Mabel ressaltou a importância de ser autêntica e se orgulhar de sua identidade, mesmo diante das pressões e preconceitos.

O debate também abordou a insegurança no início da carreira das jornalistas, mostrando como todas elas, em algum momento, duvidaram se o jornalismo e a comunicação eram espaços para mulheres negras. No entanto, essas profissionais superaram essas barreiras e se tornaram referências em seus respectivos meios.

Além disso, o Festival Latinidades 2024 criou o Prêmio Jacira da Silva, em homenagem à primeira mulher negra a presidir o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. O prêmio reconheceu jornalistas e veículos de comunicação que priorizam as pautas relacionadas à população negra brasileira, destacando a importância da diversidade e representatividade na mídia.

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