Nascido em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, J. Borges iniciou sua carreira artística desde cedo, confeccionando brinquedos artesanais e vendendo livros de cordel. Aos 21 anos, começou a escrever cordéis e teve grande sucesso com a obra “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em apenas dois meses.
Com o passar do tempo, suas gravuras chamaram a atenção de colecionadores e marchands, levando seu trabalho a ganhar visibilidade nacional e até internacional. J. Borges chegou a expor suas obras em países como Suíça, México e Estados Unidos, além de ministrar aulas de xilogravura e entalhamento na Europa e nos EUA.
O talento do xilogravurista não se restringiu apenas à arte em si. Ele ilustrou capas de livros de renomados escritores, inspirou documentários e até o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha. Além disso, suas xilogravuras conquistaram admiradores ilustres, como o escritor Ariano Suassuna.
Ao longo de sua carreira, J. Borges acumulou prêmios e reconhecimentos importantes, como a comenda da Ordem do Mérito Cultural e o prêmio da Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural. Em sua cidade natal, Bezerros, foi inaugurado o Memorial J. Borges, que expõe parte de sua obra e objetos pessoais, eternizando sua trajetória artística.
O artista também teve suas obras em destaque no Museu de Arte do Rio, em uma exposição que reuniu 40 xilogravuras, incluindo 10 obras inéditas, 10 matrizes inéditas e 20 obras mais importantes de sua carreira. O legado de J. Borges continuará vivo através de sua arte, que encantou e inspirou gerações ao redor do mundo.