Boluarte discursou por 5 horas no Congresso, enquanto dezenas de manifestantes protestavam contra seu governo nos arredores do Legislativo, em Lima. Cartazes com os dizeres “Fora Dina e Congresso corrupto” podiam ser vistos entre os manifestantes, incluindo moradores de Puno, na região andina.
Sem mencionar a investigação em andamento, Boluarte enfatizou a transparência de seu governo. Ela declarou: “Nem eu, nem nenhum de nossos ministros está envolvido em atos de corrupção! E não toleraremos, porque os ministros assumiram seus cargos com um compromisso claro, e eu não os permitirei!”
A presidente, de 62 anos, assumiu o cargo em dezembro de 2022, após a destituição e prisão do então presidente Pedro Castillo. Ela afirmou que seu governo está empenhado em combater a corrupção de forma firme e decidida.
Boluarte pediu aos cidadãos que denunciem atos de corrupção para que as autoridades possam agir de forma drástica. Ela também anunciou que convocará eleições gerais em abril do próximo ano, conforme a constituição peruana, que serão realizadas em 2026.
Além da investigação do ‘Rolexgate’, a presidente também foi denunciada pelo Ministério Público por suposto envolvimento em homicídio, relacionado à repressão aos protestos que causaram mais de 50 mortes após sua posse.
O Peru enfrenta uma crise política, com seis presidentes envolvidos em casos de corrupção nos últimos 25 anos. Boluarte só poderá ser levada a julgamento após o término de seu mandato, em 2026, conforme estabelece a constituição. Ela prometeu lutar contra a delinquência, o crime transnacional e a mineração ilegal em seu país.
Desta forma, a presidente do Peru, Dina Boluarte, busca se manter firme diante das acusações de corrupção e garantir a estabilidade do seu governo em meio a um cenário político conturbado.