Repórter Recife – PE – Brasil

Estudo da OMS revela que 1 a cada 4 meninas adolescentes deve sofrer violência física e/ou sexual de parceiro até os 20 anos.

A violência contra adolescentes em relacionamentos íntimos é um problema alarmante e global, de acordo com uma análise realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo aponta que cerca de 1 em cada 4 adolescentes que estão em relacionamentos íntimos deve sofrer um episódio de violência física e/ou sexual pelo parceiro até os 20 anos de idade, totalizando aproximadamente 19 milhões de meninas em todo o mundo.

Os dados revelam que, entre jovens de 15 a 19 anos, 16% sofreram algum tipo de violência por parte de seus parceiros no ano passado. Esse cenário preocupa os especialistas, que alertam para os danos profundos e duradouros que a violência pode causar na vida dessas jovens.

A pesquisadora Pascale Allotey, diretora do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS, destaca a necessidade de abordar a violência de gênero com mais seriedade, priorizando a prevenção e o suporte direcionado às vítimas.

O Brasil, mesmo não estando entre os países com maior incidência de violência contra adolescentes em relacionamentos, ainda apresenta índices preocupantes. Dados indicam que 17% das brasileiras nessa faixa etária relatam ter sofrido agressões de parceiros, com 10% delas reportando ter sido vítimas de violência no ano de 2018.

Regiões como a Oceania e a região central da África Subsaariana são as mais afetadas pela violência entre parceiros, com índices chegando a 47% e 40%, respectivamente. Por outro lado, regiões como a Europa Central e Ásia Central apresentam números mais baixos, com 10% e 11% de prevalência.

A OMS destaca a importância de fortalecer os serviços de apoio e a implementação de medidas preventivas direcionadas aos adolescentes. Além disso, a organização ressalta a necessidade de promover direitos das mulheres e meninas, com programas educacionais que abordem temas como relacionamentos saudáveis e prevenção da violência.

Em um cenário em que nenhum país parece estar avançando o suficiente para eliminar a violência contra mulheres e meninas até 2030, a OMS alerta para a urgência de mudanças efetivas e de políticas que promovam a igualdade de gênero e combatam práticas prejudiciais, como o casamento infantil.

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