O Sabará Hospital Infantil, em São Paulo, por exemplo, identificou um aumento expressivo nos casos de pneumonia atípica, causados principalmente pela bactéria Mycoplasma pneumoniae. Já o Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, registrou um aumento de 116% nos atendimentos de pneumonia atípica na emergência, comparando com o mesmo período do ano anterior.
Em Porto Alegre, o Hospital Moinhos de Vento também observou um crescimento nos casos de pneumonia, especialmente entre crianças e adolescentes. Da mesma forma, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, atendeu um número significativo de pacientes com pneumonia causada por Mycoplasma neste ano.
No Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde relatou um aumento de 69% nos atendimentos por pneumonia na rede municipal, com destaque para o público infantil. Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde também registrou um aumento nos casos de pneumonia atendidos no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus.
Segundo o infectologista David Uip, diversos fatores contribuem para o aumento dos casos, como a circulação de diferentes vírus, o clima seco atípico e processos imunoalérgicos. Além disso, o aumento nas infecções por Mycoplasma pneumoniae pode estar relacionado às medidas restritivas adotadas durante a pandemia.
A médica Maria Helena de Carvalho Bussamra, pneumologista pediátrica do Sabará Hospital Infantil, ressalta a importância do diagnóstico precoce da pneumonia atípica, que apresenta sintomas diferenciados da forma clássica da doença. O tratamento desses casos costuma ser feito com medicação oral em casa, sem necessidade de internação.
Em meio a esse cenário preocupante, especialistas alertam para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da pneumonia, especialmente em tempos de pandemia. Além disso, ressaltam a necessidade de seguir as orientações médicas e adotar medidas de higiene e distanciamento para evitar a propagação da doença.