Dissidências das Farc suspendem ações ofensivas em Cali para realização da COP16 sobre biodiversidade

As dissidências da extinta guerrilha das Farc surpreenderam a todos ao anunciarem, nesta quinta-feira (1º), a suspensão das ações ofensivas entre outubro e novembro na cidade de Cali. A decisão foi tomada visando garantir o desenvolvimento da COP16 sobre biodiversidade, que acontecerá entre 21 de outubro e 1º de novembro na cidade colombiana.

O comunicado divulgado pelas dissidências que se distanciaram dos acordos de paz de 2016 assinados pela maioria das Farc indicou que a suspensão das operações militares será válida no período de 11 de outubro a 6 de novembro. O comandante Andrés Patiño, do Estado-Maior Central (EMC), reforçou a medida em um vídeo veiculado nas redes da organização, destacando a importância de promover um ambiente pacífico durante a realização da COP16.

No entanto, o anúncio da trégua não foi livre de críticas. Representantes das dissidências fizeram menção a problemas internos relacionados ao militarismo no país, enquanto enfrentam demandas da comunidade internacional em relação à questões ambientais. O comandante do Bloque Jacobo Arenas, uma divisão do EMC, que havia rompido negociações de paz com o governo anteriormente, reforçou a necessidade de encontrar soluções pacíficas para os conflitos.

Os bairros ao redor de Cali já foram palco de violência por parte dos rebeldes, que agora buscam uma trégua para garantir o sucesso da cúpula mundial. Com a presença confirmada de uma dezena de chefes de Estado e a expectativa de receber pelo menos 12 mil visitantes, a segurança do evento se torna uma prioridade.

Em meio a ameaças e confrontos armados, as autoridades locais expressam confiança na realização bem-sucedida da COP16. Para garantir a segurança do evento, mais de 10.000 militares uniformizados serão mobilizados, contando com o apoio de agências internacionais como a Interpol, Europol e Ameripol.

A situação se torna ainda mais delicada com o surgimento de uma divisão entre as Farc, liderada por Iván Mordisco, que abandonou as negociações de paz no ano passado. Enquanto metade do EMC permanece nos diálogos, a outra metade intensificou os ataques na região de Cali.

Diante desse cenário de tensão, as autoridades colombianas estão vigilantes e prometem agir rapidamente contra qualquer tentativa de ameaçar o andamento da COP16. A preservação do evento e a garantia da segurança de todos os participantes são prioridades para os organizadores, que buscam superar os desafios impostos pelas dissidências das Farc.

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