Repórter Recife – PE – Brasil

Resultados eleitorais na Venezuela são contestados após reeleição de Nicolás Maduro e suspenção de auditorias essenciais.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito com 80% das urnas apuradas, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano. A proclamação ocorreu ainda na segunda-feira, causando controvérsias devido à suspensão de três auditorias aprovadas pelo órgão, que foram interrompidas após um suposto ataque hacker atribuído à oposição.

Especialistas ouvidos pelo jornal venezuelano Efecto Cocuyo destacaram a importância das auditorias para confirmar se os resultados divulgados correspondem de fato à vontade popular. O diretor do portal de análise eleitoral Votoscopio, Eugenio Martínez, explicou que as auditorias de “telecomunicações” e “verificação cidadã” são essenciais para detectar possíveis modificações nos resultados eleitorais.

Apesar da suspensão das verificações, o diretor do Observatório Eleitoral Venezuelano, Ignacio Ávalos, ressaltou que ainda há tempo para realizar as auditorias pendentes e garantir a transparência do processo eleitoral. Ele criticou a pressa do CNE em proclamar Maduro como presidente, antes da totalização de todas as atas das urnas apuradas.

Ávalos enfatizou que a Lei Orgânica de Processos Eleitorais estabelece um prazo de 48 horas para totalização dos resultados, o que não foi respeitado pelo CNE. Maduro apresentou um recurso ao Tribunal Supremo de Justiça pedindo esclarecimentos sobre o suposto ataque hacker, classificado como uma tentativa de golpe de Estado.

A oposição venezuelana contesta os resultados eleitorais, alegando ter coletado a maioria das folhas de apuração e declarando Gonzalez Urrutia como o verdadeiro vencedor. A pressão internacional aumentou, com a Casa Branca afirmando estar “perdendo a paciência” com a Venezuela e exigindo mais transparência no processo eleitoral. O presidente da Colômbia também solicitou maior clareza sobre a votação.

Diante desse cenário de contestações e questionamentos, a Venezuela segue em meio a uma crise política e eleitoral, com o resultado das auditorias pendentes podendo definir o futuro político do país.

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