No entanto, mesmo com esse índice positivo de alta, a taxa de mortalidade global nas UTIs brasileiras foi registrada em 16%, evidenciando desigualdades preocupantes. A Região Nordeste é a que apresenta a maior taxa de mortalidade hospitalar, com 24,5%, seguida pelo Sudeste, com 23,2%. Já a região Sul apresenta a menor taxa, com 14,7%.
Outro dado relevante é que os hospitais públicos têm taxas de mortalidade mais elevadas, chegando a 27%, em comparação com os hospitais privados, que apresentam 11%. A pandemia trouxe um aumento significativo na taxa de mortalidade em 2020, chegando a aproximadamente 35%, seguido por uma queda nos anos seguintes.
A sepse, popularmente conhecida como infecção generalizada, continua sendo a principal causa de internação não cirúrgica em UTIs brasileiras. Quase um terço dos pacientes que chegam a essas unidades sofrem de complicações infecciosas graves. A sepse é uma resposta inflamatória a uma infecção que pode levar rapidamente à falência de múltiplos órgãos e à morte se não for tratada prontamente.
Além disso, entre as cirurgias eletivas, as cirurgias ortopédicas são a principal causa de internação em UTIs no Brasil, representando 14,7% dos casos, seguidas por procedimentos invasivos cardíacos e endovasculares, com 10%. Nas cirurgias de urgência, as cirurgias ortopédicas também lideram, com 15,2% das internações, seguidas por cirurgias abdominais, com 12,6%.
Os dados revelam um perfil equilibrado entre pacientes adultos de UTIs, com homens e mulheres representando cerca de metade de todas as internações. A idade média dos pacientes internados é de 63 anos, sendo os idosos uma concentração significativa de internações. As comorbidades mais frequentes entre os pacientes incluem hipertensão arterial, diabetes, tumores sólidos, insuficiência renal crônica e insuficiência cardíaca.
Por meio da campanha “Orgulho de Ser Intensivista”, a Amib busca reconhecer e valorizar o papel dos médicos intensivistas na recuperação de pacientes críticos, sensibilizando a sociedade e os gestores de saúde sobre a importância deste trabalho em um ambiente desafiador da medicina. A presença de intensivistas capacitados é crucial para a redução das taxas de mortalidade nas UTIs, ressaltando a importância de investimentos contínuos na formação e valorização destes profissionais para melhorar ainda mais os resultados nas UTIs em todo o Brasil.