Febre do Oropouche preocupa autoridades de saúde no Brasil com mais de 7 mil casos confirmados e duas mortes inéditas

A febre do Oropouche, causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, tem preocupado as autoridades de saúde brasileiras desde 1960, quando foi identificada pela primeira vez no país. A doença, transmitida principalmente pelo mosquito maruim, teve mais de 7 mil casos confirmados no Brasil até o início de julho, com transmissão autóctone em várias unidades federativas e os primeiros casos no interior de São Paulo recentemente confirmados.

Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. O quadro clínico agudo pode evoluir com febre súbita, cefaleia, mialgia e artralgia, podendo levar a complicações como meningite e manifestações hemorrágicas.

Recentemente, a Bahia registrou duas mortes por febre do Oropouche, as primeiras associadas à doença em todo o mundo. As vítimas eram jovens sem comorbidades e não gestantes, que apresentaram sintomas graves, incluindo sangramento e hipotensão.

O diagnóstico da febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial, sendo uma doença de notificação compulsória e imediata devido ao seu potencial epidêmico. Não há tratamento específico para a doença, sendo recomendado repouso, tratamento sintomático e acompanhamento médico.

Para prevenir a febre do Oropouche, é recomendado evitar o contato com áreas de ocorrência dos vetores, usar repelentes, limpar terrenos e usar telas em portas e janelas. Além disso, o Ministério da Saúde alertou para a possibilidade de transmissão vertical da doença, que pode ocorrer durante a gestação ou no parto, podendo levar a complicações como microcefalia.

Estudos recentes detectaram a presença de anticorpos contra o vírus da febre do Oropouche em recém-nascidos com microcefalia, evidenciando a transmissão vertical do vírus. A investigação laboratorial de um caso de óbito fetal também identificou material genético do vírus em diversos órgãos fetais, reforçando a importância da vigilância e prevenção da doença.

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