Até o início de julho, mais de 7 mil casos da doença foram confirmados no país, com transmissão autóctone em pelo menos 16 unidades federativas. Recentemente, São Paulo confirmou os primeiros casos no interior do estado. A transmissão da febre do Oropouche ocorre principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
No ciclo silvestre, bichos-preguiça, primatas não-humanos, aves silvestres e roedores atuam como hospedeiros. Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros, com o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo, também podendo transmitir o vírus.
Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue, incluindo dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. No entanto, a doença pode evoluir para casos mais graves, como manifestações hemorrágicas e acometimento do sistema nervoso central. Recentemente, foram registradas duas mortes associadas à febre do Oropouche na Bahia, sendo as primeiras no mundo até então.
O diagnóstico da doença é feito clinicamente, epidemiologicamente e laboratorialmente, sendo obrigatória a notificação de todos os casos positivos. Não há tratamento específico, e a orientação é para que os pacientes façam repouso, tratamento sintomático e acompanhamento médico. As autoridades sanitárias brasileiras recomendam medidas de prevenção, como evitar o contato com áreas de ocorrência do vetor e utilizar repelente.
Além disso, estudos indicam a possibilidade de transmissão vertical da doença, o que aumenta a preocupação das autoridades de saúde. Ainda são necessárias mais pesquisas para entender completamente a relação entre a infecção pelo vírus da febre do Oropouche e possíveis complicações, como a microcefalia. Nesse sentido, a vigilância e a pesquisa contínua são fundamentais para o controle e prevenção dessa doença emergente.