No comunicado, assinado por González como “presidente eleito”, o Ministério Público acusou os opositores de agirem fora da Constituição e da lei, ao falsamente anunciarem um vencedor das eleições presidenciais diferente do proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral. Dentre os crimes atribuídos a eles estão a usurpação de funções, incitação à desobediência das leis, incitação à insurreição e conspiração.
González e Machado também fizeram um apelo à consciência dos militares e policiais em uma carta publicada nas redes sociais. Eles pediram que as forças de segurança encerrassem a repressão às manifestações opositoras, que já causaram a morte de pelo menos onze civis, de acordo com organizações de direitos humanos.
O presidente Nicolás Maduro foi ratificado na sexta-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral como presidente reeleito, com 52% dos votos. A oposição, no entanto, contesta os resultados e afirma que seu candidato obteve 67% dos votos. O governo chavista não reconhece a validade desses documentos.
González e Machado destacaram em sua carta que o novo governo da República oferece garantias àqueles que cumprirem com seu dever constitucional. Eles afirmaram que não haverá impunidade, em referência à situação política do país, marcada por tensões e contestações em relação ao resultado eleitoral.
A situação na Venezuela continua sendo acompanhada de perto pela comunidade internacional, que expressa preocupação com a crise política e humanitária que assola o país. A abertura da investigação contra os opositores González Urrutia e Machado demonstra a polarização e o confronto de narrativas presentes no cenário político venezuelano.