A proposta de Arce gerou polêmica, especialmente por se chocar diretamente com os interesses do ex-governante Evo Morales. Morales, que governou o país por três mandatos consecutivos, aspira a um novo mandato em 2025. No entanto, a Constituição boliviana estabelece que o mandato presidencial é de cinco anos, com possibilidade de reeleição contínua. O governo de Arce argumenta que essa regra inabilita Morales de concorrer novamente.
Morales, por sua vez, afirma que o artigo constitucional menciona apenas a reeleição contínua, o que possibilitaria o seu retorno ao poder. Diante desse impasse, a proposta de referendo se torna crucial para esclarecer a questão da reeleição presidencial na Bolívia.
Enquanto isso, Morales mantém-se em silêncio sobre a proposta de referendo. Se aprovada, a realização do referendo exigirá uma lei do Congresso bicameral, que é dominado por apoiadores do ex-presidente e de partidos de centro e direita.
As eleições judiciais estão previstas para acontecer entre dezembro e janeiro, segundo estimativas do Tribunal Supremo Eleitoral. Já as eleições presidenciais do ano que vem ainda não têm data definida. Todo esse contexto político inflamado promete ser um dos assuntos mais discutidos na Bolívia nos próximos meses.