Presidentes do Brasil e França concordam em pontos da crise política na Venezuela durante telefonema histórico.

Em uma análise profunda da crise política que assola a Venezuela, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Emmanuel Macron, chegaram a um acordo em diversos pontos durante uma conversa por telefone, conforme relatos de fontes diplomáticas ao Globo.

Um dos pontos de concordância entre os líderes foi a importância de evitar uma situação semelhante à ocorrida em 23 de janeiro de 2019, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela, criando um cenário com dois presidentes disputando o poder, um chavista e um opositor apoiado por diferentes países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil.

Macron expressou seu apoio à iniciativa do Brasil de buscar espaços de diálogo em conjunto com os governos da Colômbia e México para fomentar negociações entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição. Há a expectativa de uma conversa telefônica entre os presidentes brasileiro, colombiano e mexicano com Maduro, dependendo do desenrolar das recentes ações da oposição venezuelana.

Uma dessas ações foi a divulgação de uma carta direcionada a policiais e militares, na qual a líder opositora María Corina Machado e o candidato presidencial Edmundo González Urrutia proclamavam a eleição de Urrutia como presidente. Essa atitude poderia impactar os planos do governo brasileiro, que aguardava o retorno de Lula do Chile para realizar a chamada de quatro entre os presidentes.

O cenário político da Venezuela segue em constante mudança, e o Brasil busca estabelecer um espaço de diálogo e negociação entre as partes antes de 10 de janeiro de 2025, data das posses presidenciais no país, para evitar uma possível dualidade de presidentes, também conhecida como “Guaidó 2”.

A visita oficial de Lula ao Chile foi considerada positiva, especialmente pela postura mais amena do presidente chileno, Gabriel Boric, em relação à crise na Venezuela. O objetivo de Lula é unir forças com Boric e outros países para promover o diálogo entre Maduro e seus opositores, buscando minimizar os conflitos e encontrar soluções pacíficas para a situação delicada no país vizinho.

A pressão de outros governos e as críticas internas sobre a postura do Brasil em relação à Venezuela e o comunicado controverso do Partido dos Trabalhadores exigem que o presidente Lula equilibre suas ações e mantenha o compromisso com a democracia e a paz na região. A diplomacia brasileira segue em movimento, buscando diálogo e entendimento para evitar uma escalada da crise na Venezuela.

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