Seca histórica no Rio Madeira leva prefeitura de Porto Velho a recomendar uso essencial de água para evitar desperdícios.

A cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, tem sofrido com uma grave escassez de água no Rio Madeira, que atingiu registros alarmantes nas últimas semanas. Nesta terça-feira (6), a prefeitura divulgou uma recomendação urgente para que a população faça um “uso essencial” da água e evite o desperdício, em meio à pior seca da história da região.

Com o nível do rio atingindo mínimas históricas, a situação é considerada crítica. O Rio Madeira registrou apenas 2,07 metros em Porto Velho, a marca mais baixa já registrada para esta época do ano desde 1967, quando os dados começaram a ser coletados. O monitoramento feito pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou que, em outubro de 2023, a cota mais baixa da história foi de apenas 1,10 metros.

O engenheiro hidrólogo do SGB, Marcus Suassuna, destacou que a falta de chuvas é o principal motivo para a seca extrema na região. Segundo ele, a estação chuvosa foi muito abaixo do normal, o que agravou a situação. Fenômenos como o aquecimento do Oceano Atlântico Norte e o El Niño também contribuem para a escassez de água no Rio Madeira e em outras bacias amazônicas.

A prefeitura de Porto Velho está adotando medidas para reduzir o impacto da seca na população. Cerca de 120 mil litros de água serão distribuídos para comunidades ao longo do Rio Madeira, com apoio da Defesa Civil. Além disso, estão sendo realizados estudos para identificar locais adequados para perfuração de poços que garantam um abastecimento de água de qualidade.

A situação crítica no Rio Madeira não afeta apenas o estado de Rondônia, mas também pode ter consequências nos estados vizinhos da região amazônica. As usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, localizadas no rio, e a hidrovia que segue até o Amazonas podem ser impactadas pela escassez de água, o que afeta o transporte fluvial de cargas e passageiros.

É preciso que a população adote medidas urgentes de economia de água e que as autoridades intensifiquem os esforços para garantir a distribuição de água potável para todos os afetados pela seca. A colaboração de todos é essencial para enfrentar essa crise hídrica sem precedentes na região amazônica.

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