Dirigentes partidários de Edmundo González não entregam atas eleitorais ao Tribunal Superior de Justiça, gerando crise na Venezuela.

Na Venezuela, as polêmicas em torno das eleições do último dia 28 de julho continuam a reverberar. Nesta quarta-feira (7), dois dirigentes partidários ligados à candidatura de Edmundo González se recusaram a entregar as atas eleitorais ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ), gerando um novo capítulo de tensão política no país.

O candidato González já havia anunciado sua não comparecência ao Tribunal, alegando que a investigação em curso representava uma usurpação das competências do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Após a audiência, os representantes do Movimento Unidos por Venezuela e da Plataforma Unitária Democrática (PUD) criticaram o CNE, pedindo que o órgão cumpra a legislação e divulgue as atas eleitorais que embasaram a proclamação de Nicolás Maduro como vencedor da votação.

Enquanto o Poder Eleitoral entregou os documentos apenas à Justiça, não os submetendo aos partidos, o representante da PUD, Manuel Rosales, afirmou que as atas da sua legenda já estavam disponíveis na internet. Por outro lado, o governo contesta a autenticidade de parte desses documentos.

Durante a audiência, os dirigentes partidários expressaram descontentamento com a falta de transparência e agilidade no processo eleitoral. José Simón Calzadilla ressaltou que até então nenhum partido sabia a quantidade de votos obtidos, em desacordo com o prazo estabelecido pela lei eleitoral venezuelana.

Por sua vez, Manuel Rosales argumentou que a responsabilidade de publicar as atas originais cabe ao CNE. Ambos defenderam a posição de Edmundo González de se manifestar por meio de nota oficial e criticaram a incerteza e confusão que permeiam o processo eleitoral no país.

Diante das polêmicas e das violações apontadas à legislação eleitoral venezuelana, a investigação em curso pelo TSJ promete trazer desdobramentos nos próximos dias, em meio a um cenário político marcado por divergências e disputas de poder.

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