Evo Morales acusa Luis Arce de traição ao propor referendo para impedir sua candidatura em 2025, classificando a conduta como desprezível.

O ex-presidente boliviano Evo Morales manifestou sua indignação em relação ao seu sucessor político e atual presidente, Luis Arce, nesta quarta-feira (7), acusando-o de traição. Morales alegou que a proposta de um referendo para decidir sobre a reeleição presidencial é uma estratégia de Arce para torná-lo inelegível nas eleições de 2025.

Em uma rede social, Morales comparou a atitude de Arce com a de Lenin Moreno, ex-presidente equatoriano, que convocou um plebiscito em 2018 para eliminar a reeleição ilimitada, medida que seus opositores alegaram ter sido direcionada contra seu antecessor e mentor político, Rafael Correa.

A relação entre Morales e Arce, que foi seu ex-ministro da Economia e candidato escolhido por ele nas eleições de 2020, está estremecida devido ao conflito pelo controle do governo e pela candidatura para as eleições de 2025. Enquanto Morales declarou sua intenção de concorrer à Presidência, Arce propôs a convocação de uma consulta popular para definir os limites constitucionais da reeleição presidencial.

Morales argumenta que o preceito constitucional não o afeta, já que não proíbe a reeleição de forma descontínua, que seria o seu caso. Por outro lado, o governo de Arce alega que o artigo constitucional desqualifica Morales, citando uma decisão judicial de 2023 que proíbe a reeleição ilimitada.

O ministro da Justiça, Iván Lima, que é próximo de Arce, criticou Morales em uma coletiva de imprensa, acusando-o de não ouvir o povo boliviano e tomar decisões pensando apenas em si mesmo.

Arce propôs que a consulta seja realizada no mesmo dia das eleições, mas ainda precisa coordenar o mecanismo, a forma e as perguntas com o Parlamento e o tribunal eleitoral. As autoridades planejam agendar a votação para dezembro ou janeiro, e também pretendem realizar consultas sobre outras questões como o subsídio estatal à importação de combustíveis e a redistribuição dos assentos parlamentares entre os nove departamentos do país.

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