Uma das medidas em estudo é uma possível videoconferência entre Lula e os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador. Outra opção seria uma viagem conjunta dos três chanceleres – Mauro Vieira, do Brasil; Alicia Bárcena, do México; e Luis Murillo, da Colômbia – até Caracas.
Desde a realização das eleições em 28 de julho e o anúncio da vitória de Maduro, sem transparência na apuração, os presidentes têm mantido um diálogo diário. Existe uma pressão por parte de Lula, López Obrador e Petro pela divulgação das atas das urnas, que o chavismo afirmou ter encaminhado ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), órgão controlado por Maduro. No entanto, Brasil, Colômbia e México ainda não se manifestaram sobre a entrega das atas ao TSJ.
A assinatura do Acordo de Barbados entre governo e oposição estipula que o perdedor deve aceitar a derrota. Os três governos têm discutido possíveis ações desde que os presidentes se reuniram na semana passada, antes de emitirem um comunicado conjunto solicitando uma verificação imparcial dos resultados eleitorais. A viagem dos chanceleres ainda não tem data confirmada.
A diplomacia brasileira tem buscado manter uma postura equilibrada, evitando demonstrar simpatia explícita pelo regime chavista. Mesmo havendo identificação ideológica entre Lula e Maduro, o governo brasileiro procura não se posicionar de forma unilateral. É importante ressaltar que as relações entre Brasil e Venezuela foram retomadas após a volta do PT ao poder em 2023, com a diplomacia brasileira trabalhando para restabelecer pontes com Maduro.
Por fim, a situação valoriza a busca por soluções diplomáticas e a multiplicidade de atores envolvidos, visando encontrar uma saída pacífica para a crise eleitoral na Venezuela sem que haja uma intervenção direta ou imposta por outras nações. Acompanharemos de perto os desdobramentos dessas negociações e iniciativas para promover um diálogo efetivo entre as partes envolvidas.