Líder da oposição da Venezuela entrega atas eleitorais para governo brasileiro e outros países para validar documentos em meio a crise.

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, revelou em uma entrevista exclusiva ao jornal O Globo que entregaria as atas em poder de seu grupo para o governo brasileiro e demais países interessados em constatar a validade dos documentos. Segundo ela, possuem 83,5% das atas eleitorais, obtidas com o apoio de funcionários do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que acompanharam a luta da oposição.

María Corina ressaltou a importância dessas atas como prova da fraude eleitoral, enquanto as do regime de Nicolás Maduro seriam aprovadas. Ela denunciou que o CNE não respeitou os prazos estabelecidos para apresentar as atas de votação, recorrendo a instâncias judiciais sem competência constitucional. A opositora destacou a responsabilidade do CNE nesse cenário de incertezas pós-eleitorais.

Celso Amorim, assessor especial de relações internacionais do Planalto, expressou dúvidas sobre os dados apresentados pela oposição, enquanto o CNE se recusa a entregar as atas que confirmariam a vitória de Maduro. Enquanto isso, a oposição corre contra o tempo para reunir o máximo de atas possível que comprovem o resultado favorável a Edmundo González Urritia.

Além disso, María Corina elogiou os esforços do Brasil, México e Colômbia para estabelecer canais de diálogo com ambas as partes envolvidas no conflito político venezuelano. Ela destacou a importância de uma solução pacífica e rápida para a crise que assola o país. Por outro lado, a prisão de sua chefe regional de campanha, María Oropeza, foi duramente criticada, evidenciando a repressão do Estado aos opositores.

Diante desse cenário tenso, o Brasil teme um conflito mais grave na Venezuela, onde mais de 2 mil pessoas foram presas e mais de 20 perderam a vida desde os protestos após as eleições. A incerteza política e a disputa de poder entre Maduro e a oposição continuam a gerar preocupações internacionais, enquanto diferentes países se posicionam em relação à legitimidade do processo eleitoral no país vizinho.

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