Segundo Maduro, mais de 2.200 pessoas foram presas em conexão com os protestos, que ele descreve como atos violentos perpetrados por “terroristas”. Em um apelo aos seus seguidores, ele solicitou denúncias de supostos infratores através de um aplicativo móvel e uma linha telefônica disponibilizados pela Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM).
Em um discurso incendiário, Maduro instigou a população a colaborar com as autoridades na denúncia dos “criminosos fascistas” para que medidas sejam tomadas. Ele prometeu proteger o povo, rua por rua, bairro por bairro, enfatizando a necessidade de reforçar a segurança em meio aos distúrbios que eclodiram após sua reeleição para um terceiro mandato de seis anos.
Os protestos, que se espalharam por Caracas e outras cidades venezuelanas, resultaram em confrontos violentos e, segundo organizações de direitos humanos, pelo menos 24 mortes foram registradas. A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia em representação à líder María Corina Machado, contesta os resultados eleitorais e denuncia fraudes.
Enquanto isso, ativistas de direitos humanos expressam preocupação com as detenções arbitrárias em massa e a instauração do medo como ferramenta de controle social. A ONG Foro Penal denuncia mais de 100 menores de idade presos e relata casos de prisões realizadas dentro das casas das pessoas.
Diante desse cenário, o governo venezuelano criou uma linha telefônica para denúncias, promovendo a “operação Tun Tun” para identificar manifestantes envolvidos em bloqueios de ruas. Grupos em plataformas de mensagens também são usados para delações, agravando o clima de medo e incerteza entre a população.
Em meio às tensões políticas e sociais na Venezuela, as vozes críticas expressam temor e desconfiança em relação às medidas de controle adotadas pelo governo para reprimir os protestos e silenciar a dissidência. Enquanto isso, a comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar dos acontecimentos no país sul-americano.