Yunus, conhecido por seu trabalho com microcréditos para a população pobre, aceitou a oportunidade de chefiar o governo interino, em meio a uma crise política no país. A nomeação foi resultado de uma reunião entre o presidente Mohamed Shahabuddin, líderes estudantis e comandantes militares, que concordaram com a necessidade de formar um novo governo para enfrentar a crise.
Com 84 anos, Yunus recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2006 por sua iniciativa de ajudar milhões de pessoas a sair da pobreza através dos microcréditos. No entanto, sua relação com a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina sempre foi conturbada, com ela o acusando de explorar os pobres.
Após intensos protestos desde julho, que resultaram na renúncia de Hasina e na dissolução do Parlamento, o presidente de Bangladesh decidiu pela formação do governo interino liderado por Yunus. O novo governo terá como desafio restabelecer a estabilidade política e conduzir o país em direção a eleições nos próximos meses.
O cenário político em Bangladesh tem sido marcado por manifestações violentas, com centenas de mortes ocorrendo durante os protestos. O Exército tomou medidas para reestruturar a cúpula militar e limpar os altos comandantes considerados próximos de Hasina.
A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, está atenta à situação no país e pede que o novo governo respeite os princípios democráticos e o Estado de direito. Enquanto isso, Muhammad Yunus se prepara para assumir o desafio de liderar Bangladesh em um momento crucial de sua história político.