Pesquisa revela alta de violência de gênero contra jornalistas em redações e veículos de comunicação no Brasil

A violência contra as mulheres é uma realidade latente em nossa sociedade, e no ambiente jornalístico não é diferente. Segundo uma pesquisa realizada pela Asociación Civil Comunicación para la Igualdad de Argentina, com apoio da Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC) e da UNESCO, revelou que 75% dos jornalistas em 14 países da América Latina e do Caribe, incluindo o Brasil, conhecem pelo menos um caso de violência de gênero contra colegas ou relatam episódios contra si.

Os dados alarmantes da pesquisa apontam para a falta de protocolos nas redações para prevenir e lidar com situações de agressão física ou moral e assédio sexual. A maioria dos veículos de comunicação não possui as diretrizes necessárias para orientar os profissionais em casos de violência contra a mulher.

O estudo registrou 96 casos de violência de gênero, sendo o constrangimento psicológico e verbal a forma mais comum de violência, relatada por 65,5% dos jornalistas participantes da pesquisa. Além disso, houve relatos de assédio sexual, assédio digital, maus-tratos, agressão física e violência econômica.

Outro ponto relevante da pesquisa foi a identificação de dois perfis de agressores: os “offline”, que ocupam cargos elevados na hierarquia da empresa, e os “online”, como dirigentes governamentais e políticos. No entanto, a maioria desses agressores não sofreu punição, o que torna a situação ainda mais preocupante.

Portanto, é fundamental que as redações de veículos de comunicação implementem protocolos e políticas de prevenção e combate à violência de gênero. O respeito e a igualdade de gênero devem ser princípios fundamentais em todos os ambientes de trabalho, incluindo o jornalístico, para garantir a segurança e o bem-estar de todas as profissionais.

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