O estudo identificou um total de 96 casos de violência de gênero, sendo que a forma mais comum de violência foi o constrangimento psicológico e verbal, representando 65,5% dos episódios. Além disso, houve relatos de assédio sexual, assédio digital, maus-tratos, agressão física e violência econômica.
Os agressores foram classificados em dois perfis: os agressores “offline”, presentes em 49% dos casos, incluindo indivíduos em cargos hierárquicos elevados dentro da empresa; e os agressores “online”, como dirigentes governamentais e políticos, presentes em 31,5% das situações. Surpreendentemente, a maioria desses agressores não sofreu punição.
A pesquisa também destacou que quase a metade dos casos de violência ocorreu nas redações e estúdios dos veículos de comunicação, e que muitas situações de violência foram cometidas nas redes sociais ou através de e-mails.
No âmbito das medidas de prevenção, apenas 18,5% dos entrevistados informaram que em seus veículos de comunicação existem áreas especializadas para lidar com a violência. No entanto, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é um exemplo positivo, mantendo em atividade o Comitê de Pró Equidade de Gênero e Raça e participando de iniciativas que promovem a inclusão e diversidade.
A pesquisa propõe um modelo de protocolo para a prevenção e combate à violência de gênero no ambiente jornalístico, que pode servir como referência para a implementação de ações contra a discriminação e o assédio. Este protocolo está disponível no site da Asociación Civil Comunicación para la Igualdad de Argentina.