Durante uma declaração no Palácio de La Moneda, Boric afirmou categoricamente: “Não tenho dúvidas de que o regime de Maduro tentou cometer uma fraude. Se não o fez, por que não apresentou as famosas atas? Ficou claro o acordo sobre a apresentação das atas e falhou em cumprir com isso”.
O mandatário chileno foi um dos primeiros líderes a questionar a transparência das eleições presidenciais na Venezuela, e logo após a votação expressou sua incredulidade com os resultados que deram a vitória a Maduro com 51,2% dos votos.
Além disso, Boric reiterou que o Chile não reconhece a vitória autoproclamada de Maduro e expressou desconfiança em relação à independência e imparcialidade das instituições vigentes na Venezuela.
O presidente chileno também denunciou as violações dos direitos humanos que estão ocorrendo na Venezuela, com repressão às manifestações e perseguições penais consideradas irrisórias. Segundo a ONG venezuelana de direitos humanos Provea, o número de mortos durante os protestos opositores contra a reeleição de Maduro subiu para 24 na quarta-feira.
Por outro lado, as autoridades venezuelanas alegaram que dois militares morreram em confrontos violentos ocorridos na mesma noite da eleição.
As críticas de Gabriel Boric ao governo de Maduro são consistentes com a postura adotada por vários países que também questionaram a legitimidade do processo eleitoral na Venezuela. A tensão política e social no país vizinho continua a aumentar, e a comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos dessa crise.