Prisão de dirigente opositor na Venezuela gera denúncias de perseguição política, enquanto governo de Maduro justifica ação como combate ao terrorismo.

Na noite desta terça-feira (6), lideranças da oposição da Venezuela e organizações de direitos humanos denunciaram a prisão de María Oropeza, dirigente da campanha eleitoral de Edmundo González no estado de Portuguesa. Essa ação gerou polêmica e indignação, pois, segundo relatos dos opositores, a prisão teria ocorrido sem decisão judicial, levantando questões sobre a legalidade dessa ação por parte do governo de Nicolás Maduro.

De acordo com as denúncias, María Oropeza foi detida de forma arbitrária, sem qualquer ordem judicial, em um momento em que o país passa por um cenário de intensas manifestações e tensões políticas. A Provea, uma organização não governamental de direitos humanos venezuelana, divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando o momento da prisão da líder, no qual policiais aparecem arrombando a porta de sua casa.

Essa prisão, somada às mais de 2 mil detenções ocorridas nos últimos dias, foi justificada pelo governo de Maduro como uma ação contra supostos “terroristas” que estariam atacando prédios públicos, forças policiais e lideranças chavistas. No entanto, tanto organizações internacionais quanto a própria Provea questionam a escalada da repressão e o uso desproporcional da força por parte das autoridades venezuelanas.

Segundo a Provea e a Federação Internacional pelos Direitos Humanos (FIDH), as últimas ações policiais resultaram em 22 mortes, mais de mil detenções arbitrárias e cerca de 40 desaparecimentos forçados em apenas uma semana. Esses números representam recordes históricos em termos de repressão, levando as entidades a denunciarem padrões sistemáticos de perseguição pelas autoridades do país.

Diante das críticas e condenações internacionais, Nicolás Maduro defendeu as prisões como necessárias para conter a violência e proteger a população. O presidente se referiu às prisões como parte da “Operação Tun Tun”, destinada a supostos indivíduos que representam ameaças aos simpatizantes do governo.

A situação na Venezuela continua a gerar debates e preocupações, com a comunidade internacional pedindo medidas para garantir o respeito aos direitos humanos e a paz social no país. Enquanto isso, o destino de María Oropeza e dos demais detidos permanece incerto, alimentando críticas e denúncias sobre o estado atual da democracia e da justiça na Venezuela.

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