Inicia julgamento no STF sobre morte de Marielle e Anderson; réus serão ouvidos em audiências de instrução e julgamento

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (12) às audiências de instrução e julgamento referentes ao caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. A Primeira Turma do STF já havia determinado em junho a condição de réus no caso o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho Brazão, deputado federal (Sem partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, todos atualmente detidos. Além disso, Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe e suspeito de fornecer a arma do crime, também é réu.

Durante as audiências, os réus têm o direito de estar presentes com seus advogados, que podem fazer perguntas aos depoentes e apresentar documentos relevantes para o caso. O relator, ministro Alexandre de Moraes, convocou oito testemunhas de acusação que serão ouvidas pelo desembargador Airton Vieira por videoconferência a partir de Brasília, sede do Supremo.

Entre as testemunhas convocadas está Fernanda Gonçalves Chaves, assessora de Marielle que estava presente no carro durante o ataque, mas sobreviveu. Os ex-policiais Ronnie Lessa, que confessou os disparos, e Élcio de Queiroz, apontado como motorista do veículo utilizado no crime, também serão ouvidos. O delegado e agentes responsáveis pelas investigações da Polícia Federal, ex-assessor de Marielle e o homem suspeito de vender o carro utilizado no crime estão entre os convocados para depor.

Em um relatório complementar, a PF reforçou os indícios de que Rivaldo Barbosa teria atrapalhado as investigações, sendo auxiliado pelo delegado Giniton Lages. A PF apontou que Lages teria ignorado imagens de câmeras de segurança que poderiam esclarecer a autoria do crime. O relatório destaca também a falta de imagens da rota de fuga do veículo utilizado no crime, que não foram coletadas inicialmente. A investigação aponta para um possível caso de obstrução de justiça por parte de Barbosa, Lages e do comissário Marco Antonio de Barros Pinto.

Essas são algumas das informações importantes que foram discutidas durante as audiências que devem se estender ao longo da semana, trazendo à tona mais detalhes sobre um dos crimes mais emblemáticos e sem esclarecimentos da história recente do país.

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