Durante as audiências, os réus têm o direito de estar presentes com seus advogados, que podem fazer perguntas aos depoentes e apresentar documentos relevantes para o caso. O relator, ministro Alexandre de Moraes, convocou oito testemunhas de acusação que serão ouvidas pelo desembargador Airton Vieira por videoconferência a partir de Brasília, sede do Supremo.
Entre as testemunhas convocadas está Fernanda Gonçalves Chaves, assessora de Marielle que estava presente no carro durante o ataque, mas sobreviveu. Os ex-policiais Ronnie Lessa, que confessou os disparos, e Élcio de Queiroz, apontado como motorista do veículo utilizado no crime, também serão ouvidos. O delegado e agentes responsáveis pelas investigações da Polícia Federal, ex-assessor de Marielle e o homem suspeito de vender o carro utilizado no crime estão entre os convocados para depor.
Em um relatório complementar, a PF reforçou os indícios de que Rivaldo Barbosa teria atrapalhado as investigações, sendo auxiliado pelo delegado Giniton Lages. A PF apontou que Lages teria ignorado imagens de câmeras de segurança que poderiam esclarecer a autoria do crime. O relatório destaca também a falta de imagens da rota de fuga do veículo utilizado no crime, que não foram coletadas inicialmente. A investigação aponta para um possível caso de obstrução de justiça por parte de Barbosa, Lages e do comissário Marco Antonio de Barros Pinto.
Essas são algumas das informações importantes que foram discutidas durante as audiências que devem se estender ao longo da semana, trazendo à tona mais detalhes sobre um dos crimes mais emblemáticos e sem esclarecimentos da história recente do país.