Repórter Recife – PE – Brasil

Mohammad Javad Zarif renuncia ao cargo de vice-presidente estratégico do Irã, apesar de não cumprir promessa de inclusão no governo.

O ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, renunciou ao cargo de vice-presidente para assuntos estratégicos nesta segunda-feira (12), segundo informações vazadas pela rede X. Zarif, conhecido por ser o arquiteto do acordo nuclear de 2015, justificou sua saída alegando a intenção de evitar qualquer suspeita de prejudicar o trabalho do governo.

Próximo dos reformistas e sem um rótulo político definido, Zarif ocupou o cargo de chanceler do Irã de 2013 a 2021, durante a gestão do moderado Hasan Rohani. Sua nomeação para o cargo de vice-presidente foi feita pelo presidente Masud Pezeshkian no início de agosto, e desde então ele vinha desempenhando um papel importante no governo.

Durante a campanha eleitoral que culminou na vitória de Pezeshkian, Zarif foi um membro influente e prometeu aumentar a representatividade de mulheres, jovens e minorias étnicas e religiosas, principalmente os sunitas, no governo. No entanto, a lista de membros do governo apresentada pelo presidente ao Parlamento no último domingo não incluiu representantes desses grupos, frustrando as expectativas de Zarif.

Além disso, o ex-chanceler enfrentou pressões após a sua nomeação devido ao fato de seus filhos possuírem nacionalidade americana, o que vai contra uma lei iraniana promulgada em outubro de 2022 que proíbe a nomeação de pessoas com dupla nacionalidade para cargos sensíveis.

Zarif ficou conhecido internacionalmente por ser o principal responsável pelo acordo nuclear de 2015 entre o Irã e a comunidade internacional, visando reduzir as sanções contra a República Islâmica em troca de limitações em seu programa nuclear. No entanto, o acordo entrou em colapso em 2018 após a retirada dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

Com a saída de Zarif, Pezeshkian terá que lidar com os desafios de reestruturar seu governo e manter suas promessas de campanha em meio a críticas e pressões internas e externas. A renúncia do ex-ministro das Relações Exteriores marca um período de instabilidade e incerteza no cenário político do Irã.

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