Segundo a pesquisa, 92,7% dos entrevistados não acreditam nos resultados divulgados pelo CNE, enquanto 93,4% acreditam que o verdadeiro vencedor da eleição foi o candidato Edmundo González Urrutia. Essa falta de confiança se estende até mesmo aos apoiadores do governo, já que “muito mais da metade da minoria chavista” também acredita na vitória de González, conforme apontou o estudo.
Para chegar a esses resultados, a pesquisa ouviu mais de 1.000 pessoas em todos os 24 estados da Venezuela, durante os dias 8 a 11 de agosto. A maioria dos entrevistados afirmou ter participado da eleição de 28 de julho, sendo que 87,1% deles apontaram que González Urrutia saiu vitorioso em suas mesas eleitorais.
Diante desse cenário de desconfiança e da polarização política no país, o resultado eleitoral continua sendo motivo de controvérsia. Enquanto o CNE declarou Maduro como vencedor com 52% dos votos, uma contagem independente realizada pela oposição aponta que González teria obtido 67% dos votos, o que reforça as dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral.
A crise na Venezuela preocupa organismos internacionais, como as agências da ONU, que acompanham de perto os desdobramentos do conflito. Mais de 2.400 pessoas foram detidas após o pleito, e os protestos resultaram em 25 mortes e 192 feridos, segundo dados oficiais do governo. Enquanto isso, o impasse político persiste, com a oposição denunciando manobras do chavismo para se manter no poder.
Neste contexto de incertezas e conflitos, a Venezuela enfrenta desafios cada vez maiores para garantir a estabilidade política e social no país. A falta de confiança no sistema eleitoral é apenas mais um sintoma de uma crise mais profunda que assola a nação sul-americana.