De acordo com o presidente do Banco Central, a pesquisa Firmus encontra-se em sua fase piloto e visa oferecer uma nova perspectiva sobre as expectativas inflacionárias, uma vez que o setor não financeiro engloba empresas e atividades econômicas não ligadas diretamente aos serviços financeiros, como indústria, comércio, serviços e agricultura.
Campos Neto destacou que a pesquisa Firmus foi uma resposta às críticas feitas contra outras pesquisas, como o Boletim Focus, que consulta 120 empresas financeiras. Ele explicou que a Firmus busca obter a percepção do setor real, não financeiro, em relação à inflação, contrariando a ideia de que as empresas têm interesse em manter os juros elevados.
Durante a audiência, o presidente do BC comparou os resultados da pesquisa Firmus com os do Boletim Focus. Em maio de 2024, a expectativa de inflação para o ano era de 4% na Firmus, enquanto no Boletim Focus era de 3,89%. Para 2025, as expectativas eram de 4% e 3,77%, respectivamente.
No entanto, a audiência também foi marcada por críticas à condução da política monetária do BC, com parlamentares questionando a falta de utilização das reservas cambiais para conter a valorização do dólar e os lucros de empresas offshore supostamente ligadas a Campos Neto. O presidente do Banco Central se recusou a responder perguntas sobre suas relações com empresas offshore, alegando que já prestou contas ao Comitê de Ética do BC.
Em meio a essas questões, as declarações de Campos Neto na audiência pública revelaram um cenário de confiança distinto entre os setores financeiro e não financeiro em relação à inflação, mostrando que as empresas não financeiras são mais pessimistas do que o mercado financeiro em suas projeções econômicas.