Entre os artefatos resgatados está uma bolsa de pele de jacaré que pertencia a Marian Meanwell, uma chapeleira de 63 anos que viajava na terceira classe para os EUA. Dentro dessa bolsa, itens delicados guardados pela dona contam um pouco sobre sua vida e suas intenções na viagem.
A diretora de coleções da RMS Titanic Inc, Tomasina Ray, explicou que a empresa tem direitos de resgate do navio e já recuperou mais de 5.500 itens do local do naufrágio. As condições rigorosas de conservação são mantidas para preservar a integridade dos objetos e contar as histórias por trás deles.
Um dos relatos mais marcantes é o de Adolphe Saalfed, um vendedor de perfumes que viajava na segunda classe. Seus frascos de perfume, guardados em um recipiente plástico, continuam exalando um aroma potente mesmo após tantos anos submersos. Saalfed sobreviveu ao naufrágio, mas os pertences resgatados falam sobre suas possíveis angústias como sobrevivente.
Além dos objetos pessoais, o depósito guarda itens que remontam às divisões de classe a bordo do Titanic. Desde garrafas de champagne lacradas até utensílios de cozinha, a diferença de luxo entre as classes salta aos olhos nos detalhes dos objetos resgatados.
A empresa também recuperou rebites, peças de segurança do navio, e testou sua resistência para entender possíveis fragilidades do navio. A contribuição para a ciência e a história através do resgate desses objetos é vista como essencial pela diretora, que espera recuperar um objeto simbólico do navio: o equipamento de rádio usado para transmitir os pedidos de socorro da tripulação.
Assim, o depósito secreto em Atlanta guarda muito mais do que objetos físicos; ele preserva histórias, memórias e lições valiosas que emergem do fundo do mar junto aos destroços do Titanic.