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Conselho Eleitoral da Venezuela rechaça informe da ONU sobre eleição: “ilegal, mentiroso e cheio de contradições”

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela se manifestou de forma veemente contra o informe preliminar dos Especialistas Eleitorais das Nações Unidas (ONU) sobre a eleição ocorrida em 28 de julho. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o órgão eleitoral do país classificou o informe da ONU como “ilegal”, “mentiroso” e repleto de “contradições”.

Segundo o CNE venezuelano, o relatório elaborado pelos especialistas da ONU alegando que a eleição presidencial na Venezuela não preencheu os requisitos básicos de transparência é considerado ilegal, pois viola o acordo previamente estabelecido entre a organização e o Poder Eleitoral do país.

Em um texto publicado nas redes sociais e posteriormente deletado, o CNE afirmou que a divulgação desse suposto informe não estava dentro das atribuições dos especialistas da ONU, denotando uma intenção política prejudicial na publicação, baseada em argumentos falsos e distorcidos.

O Conselho Eleitoral venezuelano enfatizou que quase mil observadores de diversas partes do mundo acompanharam de perto o processo eleitoral no país e rebateu as supostas mentiras presentes no informe dos especialistas da ONU. Uma das questões apontadas foi a afirmação de mudanças de última hora nas mesas de votação, que o CNE contestou, afirmando que os eleitores venezuelanos têm a possibilidade de consultar previamente seus locais de votação, os quais não são alterados no dia da eleição.

Além disso, o CNE criticou o informe por questionar o suposto ataque cibernético que os sistemas do país teriam sofrido, apontando que especialistas nacionais e internacionais têm confirmado o ocorrido. O órgão eleitoral ressaltou que, após declarar a vitória de Nicolás Maduro, os resultados não puderam ser divulgados devido a ataques constantes às plataformas de divulgação online.

Os magistrados eleitorais da Venezuela também destacaram que não há previsão legal para a entrega das atas eleitorais aos observadores, uma vez que as atas manuais podem ser falsificadas, ao contrário do voto eletrônico e do escrutínio automatizado, que garantem a integridade dos dados por meio de certificação.

A investigação do Ministério Público da Venezuela sobre as atas da oposição, que apontam vitória para o opositor Edmundo González, sugere que os documentos foram falsificados pelos opositores. O CNE enfatizou que a tentativa de validar essas atas da oposição revela a agenda política por trás das ações dos especialistas da ONU.

Em contrapartida, o informe da ONU aponta que o Poder Eleitoral venezuelano não atendeu aos requisitos básicos de transparência e integridade necessários para eleições credíveis, não seguindo as disposições legais e regulatórias nacionais estabelecidas. O documento também ressalta a falta de divulgação dos detalhes dos resultados e a ausência de transparência nos processos eleitorais.

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