IFI alerta para necessidade de esforço fiscal adicional de R$ 64,8 bilhões para atingir meta de déficit zero em 2024

A Instituição Fiscal Independente (IFI) apresentou nesta quinta-feira (15) o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) referente ao mês de agosto, trazendo análises e projeções sobre a situação das contas públicas do país. De acordo com o relatório, a trajetória das receitas e despesas até junho deste ano, juntamente com as estimativas para o restante do exercício, ainda não garantem o cumprimento da meta fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. A IFI alertou que será necessário um esforço fiscal adicional de R$ 64,8 bilhões, entre aumento de receitas e redução de gastos, para alcançar a meta de zerar o déficit primário neste ano.

Mesmo levando em consideração a margem de tolerância prevista na Lei Complementar 200 de 2023, que permite uma variação negativa de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação à meta fiscal, a IFI apontou a necessidade de um superávit primário de R$ 36 bilhões de agosto a dezembro para cumprir as obrigações orçamentárias.

Além disso, o relatório analisou o impacto da depreciação da taxa de câmbio na política monetária, no custo da dívida e na atividade econômica, destacando a possibilidade de aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central. A IFI também revisou suas projeções para o crescimento do PIB e para a inflação, indicando uma leve tendência de alta para ambos os indicadores.

O RAF de agosto também abordou as políticas públicas previstas no arcabouço fiscal em médio prazo, estimando um gasto adicional de R$ 1,7 trilhão em 10 anos e alertando para a possibilidade de déficits primários ao longo do período. A IFI enfatizou a importância da sustentabilidade do novo arcabouço fiscal e a necessidade de ajustes para garantir o equilíbrio das contas públicas.

Produzido mensalmente, o RAF fornece avaliações detalhadas sobre a situação macroeconômica, as receitas e despesas do governo, e o ciclo orçamentário. A IFI tem como objetivo promover a transparência nas contas públicas e analisar o cumprimento das metas fiscais previstas na legislação. O economista Marcus Pestana é o diretor-executivo da instituição, que foi criada pelo Senado em 2016 com o intuito de aprimorar a gestão fiscal no país.

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