Anac inicia operação assistida para intensificar vigilância da Voepass após queda de avião em Vinhedo (SP)

Após uma semana da queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), que resultou na trágica morte de 62 pessoas, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tomou uma medida crucial para intensificar a vigilância do serviço prestado pela companhia aérea. A operação assistida tem como objetivo evitar anormalidades na operação e manter a prestação do serviço da Voepass em condições adequadas.

A decisão foi anunciada após uma reunião com a Voepass (antiga Passaredo) nesta sexta-feira (16). A Anac não entrou em detalhes sobre como será realizado o monitoramento intensificado e qual seria a diferença em relação ao acompanhamento que já vinha sendo feito pela agência.

Segundo a Anac, o gerenciamento da segurança na aviação civil é uma atividade contínua, sendo realizada de forma constante pelos órgãos que compõem o sistema de aviação brasileiro. Os operadores aéreos, incluindo a Voepass, devem enviar constantemente dados de desempenho de sua frota à Anac, o que engloba possíveis interrupções mecânicas,indisponibilidade de aeronaves ou dificuldades no serviço.

Diante do contexto pós-acidente aéreo, a agência entende a importância da intensificação da vigilância continuada e do monitoramento do serviço prestado pela empresa, estabelecendo parâmetros para evitar anormalidades na operação.

Até o momento, a causa do acidente ainda não foi esclarecida e dependerá das investigações oficiais do Cenipa, órgão da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável por apurar acidentes com aeronaves. Especialistas levantam a possibilidade de formação de gelo nas asas do avião, o que poderia ter levado a aeronave a perder sustentação e cair. O modelo ATR-72 tem maior propensão à formação de gelo devido à altitude em que voa. No dia do desastre, o sistema oficial da Rede de Meteorologia da Aeronáutica (Redemet) havia alertado sobre a possibilidade de formação de gelo severa.

Além disso, as condições meteorológicas no momento do voo eram atípicas devido a uma grande umidade e a presença de uma frente fria. Segundo análises de especialistas, o voo enfrentou uma zona meteorológica crítica de nove minutos, onde a aeronave reduziu a velocidade e atravessou nuvens supercongeladas de até 40 graus negativos.

A Anac orienta ainda os passageiros em caso de atrasos, cancelamentos e interrupções nos voos, as empresas devem manter o passageiro informado a cada 30 minutos quanto à previsão de partida dos voos atrasados e oferecer assistência material gratuitamente, dependendo do tempo de espera no aeroporto, contado a partir do momento do atraso, cancelamento ou interrupção.

Assim, a Anac e demais autoridades competentes seguem empenhadas em garantir a segurança e a qualidade dos serviços prestados pelas companhias aéreas, a fim de evitar acidentes similares no futuro.

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