ONU pede revisão urgente de lei búlgara que proíbe “propaganda” LGBTQIAP+ nas escolas, em descumprimento a tratados de direitos humanos.

Na última sexta-feira, as Nações Unidas se manifestaram em relação a uma emenda aprovada pelo Parlamento da Bulgária no início de agosto, solicitando que o país “reexamine” a medida que visa proibir a chamada “propaganda” LGBTQIAP+ nas escolas. A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Elizabeth Throssell, expressou profunda preocupação com a aprovação da emenda e instou as autoridades búlgaras a reconsiderarem a medida à luz de suas obrigações internacionais.

Essa emenda, proposta pelo partido de extrema direita pró-russo Vazrajdane (Renascimento), proíbe qualquer forma de debate sobre orientação sexual “não tradicional” e identidade de gênero “não biológica” nas escolas búlgaras. O presidente búlgaro, Rumen Radev, ratificou o texto na quinta-feira, desconsiderando os apelos de organizações não governamentais e do Conselho da Europa para vetar a medida.

A ONU, em comunicado emitido na mesma sexta-feira, destacou que a emenda adotada pela Bulgária viola as garantias constitucionais do país e os compromissos assumidos em tratados internacionais de direitos humanos, relacionados à igualdade, não discriminação e liberdade de expressão. Vale ressaltar que a Bulgária, tradicionalmente um país comunista, não reconhece o casamento nem uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

A decisão do governo búlgaro tem gerado controvérsias e críticas dentro e fora do país. A comunidade internacional tem observado com preocupação as restrições impostas pela emenda e insta o país a respeitar os direitos fundamentais dos indivíduos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. A situação na Bulgária continua sendo acompanhada de perto por diversos atores políticos e sociais, que esperam uma reconsideração das autoridades em relação a essa questão delicada.

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