Os dados coletados foram obtidos a partir de entrevistas com 2.012 pessoas, com idade média de 43 anos. O perfil dos participantes foi desenhado para representar de forma equilibrada diferentes características como gênero, classe social e região do país, segundo informações do instituto.
O endocrinologista Bruno Geloneze, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), destacou que muitas vezes o peso e a altura não são devidamente medidos durante consultas médicas, o que dificulta a identificação precoce de sobrepeso e obesidade. Ele ressaltou que a obesidade é uma condição crônica e neuroquímica, o que significa que não se trata apenas de um problema comportamental, mas também de questões biológicas no corpo.
A pesquisa também revelou que a maioria dos brasileiros com sobrepeso ou obesidade enxerga sua saúde de forma positiva, mesmo sem um diagnóstico formal das condições. Isso preocupa os profissionais de saúde, que alertam para o risco de complicações cardiovasculares e diabetes associadas à obesidade.
Ainda de acordo com os resultados do estudo, a maioria das pessoas com excesso de peso expressou o desejo de reduzir o número atual na balança. No entanto, o professor da Unicamp ressaltou a importância de um acompanhamento profissional adequado para garantir resultados efetivos e duradouros na perda de peso, apontando para a necessidade de tratamentos personalizados e contínuos.
Os motivos para o avanço da obesidade no país foram identificados como multifatoriais, incluindo hábitos alimentares pouco saudáveis, falta de atividade física e o uso excessivo de telas. Nesse sentido, a compreensão da obesidade como uma doença crônica tem se tornado fundamental para a promoção de uma saúde mais equilibrada e a prevenção de complicações associadas à condição. Novas medicações, como o Wegovy, da Novo Nordisk, representam um avanço no tratamento da obesidade, mas a acessibilidade a esses medicamentos ainda é limitada.